A festa do
Natal é continuação de uma ideia que percorre toda a Bíblia: no antigo
testamento, Deus se faz presente entre os homens: Ele fala pelos profetas e,
mais do que isto, intervém quando o povo necessita, tanto quando está em perigo
porque cercado de inimigos, como quando o desastre é iminente por causa da
dureza dos corações. Hoje mesmo estamos no meio da festa de Chanucá, começada
este ano no último dia 21, e também chamada “Festival das Luzes”, relembrando a
libertação judaica dos gregos selêucidas e, sobretudo, a purificação do templo
que fora profanado por estes inimigos. Neste evento, chamam a atenção duas
presenças de Deus, primeiro a própria vitória de um punhado de camponeses sobre
um exército de ocupação e, depois, o fato que o único frasco de azeite não
profanado encontrado no templo e que deveria durar 24 horas, sustentou as luzes
do templo por oito dias, até que chegasse o óleo novo.
No Natal,
celebramos a vinda do próprio Deus para morar conosco. É Jesus que chega, frágil,
inteiramente gente e mais pobre do que a maioria dos seres humanos,
aparentemente sem possibilidades de fazer algo útil; esse Jesus explode como espírito
e como luz e se faz ver por todos, em sucessivas gerações e em múltiplos
espaços. Traz-nos mensagens de paz e de alegria, de clareza do valor da
espiritualidade e, acima de tudo, esperança. Nem sempre aquela esperança de que
tudo vai dar certo, embora ela também esteja presente; mas, principalmente, a
esperança como certeza de que viver vale a pena, sobretudo quando este viver se
liga aos irmãos que também estão nesta mesma busca de infinito.
As crianças,
aqui representadas pela Ilana, pela Isabela e pelo Davi, esperam este dia com
especial atenção. Sabem que ganharão presentes e concordam que estes presentes
vêm de outra esfera porque estão acompanhados de luzes, abraços e de um amor
especial que todos sentem. Para nós, adultos, eles são como uma renovação da
esperança que esta humanidade tem sentido e tem, ainda, um futuro.
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