quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Missão e Marco Referencial

PLANEJAMENTO E PRINCÍPIOS EDITORIAIS DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO                                    


Muitos autores, como, por exemplo, Bauman, anotam que vivemos num mundo líquido, isto é, num momento da História em que nada é definitivo nem predeterminado. Como qualquer líquido, as convicções são voláteis ou, pelo menos, mudam sua forma constantemente. Nada é parecido com o mundo da infância dos setentões de hoje, em que os caminhos do céu e do inferno eram inteiramente conhecidos e bastava que se fizesse a escolha certa que, aliás, já estava prescrita. Hoje, pessoas e entidades, para se manterem éticas e produzirem algo consistente, além de escolherem, precisam construir um referencial para dirigir as escolhas.


Por isto, correntes de planejamento atualizadas apresentam modelos que possam superar os planos operacionais e permitam construir planos estratégicos, com referências ao futuro, mas, sobretudo, capazes de oferecer, às entidades que se planejam, horizontes, rumos e direcionamentos. Nenhuma instituição, movimento ou grupo pode dispensar este cuidado, a não ser as que se destinam, somente, ao fazer técnico, restrito e completamente previsível. Até as pessoas, individualmente, tendem a planejar sua vida sem omitir este elemento fundamental para estabelecer o rumo.


Chamo a atenção para duas destas correntes: o Planejamento Estratégico, cujo modelo central de plano, leva as entidades que se concentram no lucro e na disputa no mercado a pensarem e a determinarem sua missão (seu negócio), sua visão de futuro e suas estratégias e objetivos básicos; e o Planejamento Participativo que indica, aos organismos governamentais não meramente operacionais e a todas as entidades que mais diretamente pretendem influir na sociedade, como partidos políticos, sindicatos, empresas jornalísticas, igrejas, escolas..., a necessidade de estabelecer um referencial, baseado na realidade global existente e nos princípios que a própria prática foi selecionando e configurando, dentro das ideias que o mundo de hoje insistentemente nos apresenta.


É o que fazem agora as Organizações Globo, como fez a Universidade Corporativa do Banco do Brasil, como fizeram numerosíssimas escolas, municípios e muitas outras entidades. É algo que precisa ser destacado e imitado porque é um forte sinal dos tempos atuais. É impressionante ver a força de uma ideia para a qual chegou o momento de brilhar: embora existam muitas obras sobre o Planejamento Estratégico e algumas sobre o Planejamento Participativo que a destacam, ela brota nos mais diversos lugares, independente de tais livros, trazida pelo momento e pelas necessidades. Penso que vale o exemplo que as Organizações Globo nos dão porque, além de acentuar uma ideia, estabelecem um referencial forte, claro e preciso, digno de constar para sempre na história do jornalismo moderno e contemporâneo.

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